terça-feira, 14 de abril de 2020

ENTREVISTA COM LUAH GALVÃO - extraído Revista STATTO




Crédito da foto: Hudson Motta

Entrevista por Daniela Duarte 
*Confira as fotos no final da matéria!!!

Conversamos longamente com a atriz e apresentadora Luah Galvão, uma profissional da comunicação, que tem muita habilidade para dialogar com o público e um carisma imenso. Luah é um rosto conhecido na mídia, participando de vários comerciais. Além de ser palestrante motivacional, faz expedições pelo mundo e busca sempre pelo novo!
Quando pequena queria ser cientista, estar em um laboratório como aquele das histórias do professor Pardal, na adolescência me apaixonei pelos caminhos desvendados por Jacques Cousteau, no final do colégio pensei em muitas coisas; de arquitetura à educação física, passando por ciências sociais, entre outras. Acabei caindo na faculdade de direito e meu desencantar com as leis, me levou à publicidade, que me levou ao mundo das artes, que me levou para a comunicação, em um encadeamento interessante, onde cada elo foi necessário para ver o todo”.
Conte-nos como surgiu e o que é o projeto Walk and Talk?
Em primeiro lugar, obrigada por esse espaço de compartilhamento, é um prazer enorme estar por aqui.
Bom, vou iniciar contando um pouco sobre esse projeto de viagens que batizamos de “Walk and Talk” (LINK: www.walkandtalk.com.br) cujo propósito foi: pesquisar o que move, inspira e motiva pessoas das mais diferentes raças, credos e culturas.
Para realizar essa pesquisa, eu e meu companheiro Danilo España, demos uma Volta ao Mundo, passando por 28 países nos 5 continentes. A ideia inicial era viajar por 6 meses visitando 16 países, mas, a viagem acabou durando mais de 2 anos, e quase dobramos o número de países visitados. Ao total, foram mais de 160 destinos onde conversamos com muita, muita gente. Em nossas mochilas – gratidão à Curtlo ( LINK: https://www.curtlo.com.br) que nos apoiou – levamos apenas uma pergunta: “O que te motiva?”. Queríamos descobrir qual é essa força que nos faz acordar todos os dias e seguir adiante.
E sobre como surgiu a ideia do projeto…
Na época antes da viagem, eu vinha questionando minha profissão. Me sentia com o copo lotado, as atividades eram muitas e eu andava esgotada. Em paralelo, queria reavaliar o sentido daquilo que eu fazia e descobrir o meu sentido de propósito. Achei que “dar um tempo” e viajar para lugares desconhecidos, saindo da minha “zona de conforto”, me traria um bom ambiente para minhas reflexões e descobertas.
O Danilo por outro lado, trabalhava na aviação, mas queria se aperfeiçoar na área da fotografia, buscando novas técnicas e habilidades, nessa que era para ele, uma área de muito interesse. Além disso, o Danilo também tinha um sonho antigo de atravessar o mundo conhecendo novas culturas. Tanto para ele, quanto para mim, a viagem seria um ambiente perfeito para nossas necessidades de reflexão e expansão.
Somamos à nossas vontades, o embasamento de um curso maravilhoso que fazíamos semanalmente com o Prof. Viktor D. Salis – especialista em mitologia e antigas civilizações. Nesses encontros, com o formato de simpósios, várias provocações eram feitas sobre o sentido da vida, autodesenvolvimento, propósito, motivação, investigação dos nossos talentos e habilidades, etc.…, temas que mais tarde, fariam parte do centro da nossa pesquisa.
Posso dizer então que ambos já tínhamos uma vontade de mudança, e os simpósios foram o empurrãozinho que estávamos precisando. Durante a fase de planejamento do projeto, que aliás durou quase 1 ano, o Prof. Viktor nos ajudou em inúmeros aspectos, inclusive montando a rota da nossa viagem conosco. Foi ele quem nos ajudou a escolher uma multiplicidade de países que representassem um grande espectro cultural, para que a gente pudesse entender melhor o sentindo da motivação à partir de povos bem diversos.
Depois de muito planejamento e muita construção, embarcamos para essa que foi mais do que uma viagem pelo mundo, foi para nós, uma grande mudança de paradigma.
Como conseguir conciliar o trabalho como atriz e palestrante com esse projeto itinerante?
A Volta ao Mundo teve dois momentos:
Durante o primeiro ano de viagem fiquei 100% focada no projeto. Me dediquei apenas às contrapartidas que havíamos prometido aos nossos apoiadores e ao compartilhamento das nossas vivências e experiências nas redes que o Walk and Talk tinha na época. E isso não era pouca coisa. Produzíamos materiais internos e externos para empresas parceiras, vídeos, matérias para nosso blog “O que te motiva” na Revista Você S/A (blog que hoje migrou para Exame LINK: https://exame.abril.com.br/blog/o-que-te-motiva/), enviávamos diariamente boletins para uma rádio, sem esquecer dos conteúdos para nossas redes. Foi bastante trabalho. Vivíamos as experiências durante o dia e produzíamos os materiais durante a noite.
Já no segundo ano de viagem, como o recurso reservado já estava chegando no fim, resolvi avisar alguns clientes importantes que estaria disponível para trabalhos de curto prazo. Tive a sorte de fechar alguns bons trabalhos, voltando pontualmente ao Brasil. Na época, o dólar estava bem abaixo de hoje; eram incríveis R$ 1,78. Com esse câmbio, eu podia não só bancar minha passagem para o Brasil, como os valores que ganhava, tinham uma excelente conversão para o dólar.
Se não me engano, nesse segundo ano voltei umas 5 vezes ao Brasil. Eu voava, programava um dia para descansar do fuso horário, trabalhava durante os dias programados e voltava logo em seguida. Nunca passei mais do que 6 dias no Brasil, o que me ajudou a não desconectar do projeto. Enquanto eu trabalhava, o Dan seguia no exterior tocando nossas contrapartidas. Funcionamos como um bom time, e o recurso que conseguia nas viagens para o Brasil, nos ajudou a ficar esse ano extra viajando. Foi cansativo, mas muito bom!
Num de seus depoimentos, você cita que enquanto viaja e interage com novas pessoas e culturas, você amplia suas habilidades na área da comunicação buscando novas formas de interação muito mais ligadas à essência das pessoas e à real conexão. Fale-nos um pouco sobre isso?
Essa pergunta é bem interessante…
Saímos do Brasil falando inglês e espanhol, mas nem todas as pessoas ou culturas podiam compreender as línguas que levávamos na “mochila”, então, o interessante foi ter que desenvolver outras formas de comunicação. Usamos muito da linguagem corporal, gestos universais, desenho e a própria linguagem do amor. Inclusive, acho que o que mais fizemos foi usar todas as formas de comunicação ao mesmo tempo: parte em frases ou palavras, parte em gestos, olhares, desenhos, tudo junto e misturado… Lindo de se ver e de se compreender!
Sobre a “linguagem do amor”, ela também funciona! Tivemos alguns casos bem pontuais – que nunca mais vamos esquecer – de interações com pessoas com as quais foi a conexão com o coração que permitiu nossa interação.
Vou tentar explicar melhor… existe uma linguagem que se estabelece muito além dos códigos tradicionais de comunicação que estamos acostumados. Quando ativamos nosso coração, o bem querer parece que transborda no olhar e em nossa energia, e por empatia, mesmo sem que nenhum dos lados da relação possa compreender sequer uma palavra, a conexão é estabelecida.
Somos todos humanos e como humanos, podemos nos entender através do carinho, respeito amizade, empatia; através do amor.
Legal comentar também que hoje em dia existem diversos aplicativos – que ainda não existiam na época da Volta ao Mundo, que ajudam na tradução simultânea. Isso é um grande avanço no mundo na interação e nos salvou diversas vezes em uma viagem para o Myanmar que fizemos no final do ano passado (2019).
Acredito que seja apenas o começo de muitos avanços tecnológicos que vamos experimentar na área da comunicação, aproximando cada vez mais pessoas ao redor de todo mundo.
Se pudermos nos valer da tecnologia, sem esquecer da conexão real e da empatia, acho que teremos um grande futuro na interação entre nós humanos.
Em seus depoimentos e textos em que compartilha suas experiências e sensações sobre o mundo, você sempre passa muita leveza e positividade. A Luah na vida pessoal e profissional, como encara seus desafios e dificuldades?
kkkkkkkkk… Então, tenho mesmo um “q” de Pollyanna no meu ser. Todos em minha família tem um pouco dessa ingenuidade misturada com um tom vibrante de alegria.
Mas olha só, sou filha da Graça e do Felicio… pois é, esses são os nomes dos meus pais. Acho que não dava para ser muito pessimista vindo dessa mistura… rsrsrs
Como todos, também tenho meus dias de tristeza e desilusão profundas. Mas em geral, sou do tipo que enxerga mais o copo cheio que vazio. Me considero também alguém que enxerga muita beleza na vida, na natureza e nas pessoas.
Sinto que a vida reage conforme agimos sobre a mesma. Nossos pensamentos e ações formatam a jornada em que transitamos. Quando nossa mente projeta negatividade, é isso que acabamos colhendo. Da mesma forma, se agimos com mágoa, ressentimento, dúvida, medo, agressividade, etc… adivinhem qual será a resposta da vida?
Não é à toa que o princípio da “ação e reação” é mais do que uma simples “regra”. Ele é uma das grandes Leis da física – conhecida como a terceira Lei de Newton. Muitos povos do mundo que conhecemos levam isso muito a sério, como se essa Lei fizesse parte de suas bases culturais e filosóficas. Muitas pessoas têm essa noção arraigada em seus comportamentos e de fato não fazem ao outr@ ou ao meio, aquilo que não gostariam de fosse feito com el@. Sinto que tenho muita aderência a esse princípio.
No mais, tento manter sempre meus pensamentos mais construtivos que destrutivos, olhar mais o caminho e a chegada do que os obstáculos, e procuro sempre ver o lado bom e belo das coisas e situações. Acho que isso me ajuda a manter minha própria motivação e inspiração com a vida.
Com tantas histórias e bagagens que você vem colecionando, o que poderia dizer as pessoas nesse momento de certa forma tão delicado, com a pandemia do Coronavírus?
Estou respondendo essa matéria em um momento em que ainda estamos no início do surto no Brasil, então, vou expressar o meu sentimento e pensamento de agora.
Sinto que esse momento está nos trazendo uma oportunidade de auto avaliação e autodesenvolvimento como talvez nunca tenhamos tido desde a virada do século. Acho que essa tem sido uma parada importante diante de um mundo que estava em uma aceleração além de nossa conta.
O que mais eu escutava nos últimos anos, principalmente ano passado (2019) eram frases como: “Para esse trem que eu quero descer!!”, “Não vejo sentido naquilo que faço”, “Não tenho tempo pra nada”, “Meu trabalho me consome”, “Minhas 24 horas viraram 16”, “Sinto um vazio imenso dentro de mim”, “Não tenho tempo para minha família”, “Estou perdido”, etc..
Em paralelo, percebi diversos amigos e conhecidos passando por situações muito difíceis de depressão, Burnout, crises de ansiedade e pânico. Parecia que a nossa sociedade havia descarrilhado. Enquanto humanos, estávamos vivendo vidas com cargas e pressões muito acima do limite de nosso corpo, mente e emoções. Então, para além da dor daqueles que têm sofrido em hospitais em todo o mundo, essa crise tem nos dado tempo, para revisar a nossa vida, nossos comportamentos, nossa relação com o outro, nossa conexão com a natureza e principalmente, essa crise tem nos dado tempo para olharmos para nós mesmos.
Em paralelo, se eu começar a falar sobre a regeneração da natureza em si, vão mais muitas linhas nessa entrevista. A Terra tem nos mostrado diariamente quem realmente é o verdadeiro vírus dessa história.
O estilo de vida experienciado por nós humanos – principalmente nos grandes centros, estava fadado ao colapso. Ou está, caso não possamos aprender as lições desse momento. Ao meu ver, o que temos em nossas mãos no momento, é uma CHANCE. Apenas uma OPORTUNIDADE de reavaliarmos a nós mesmos e nosso coletivo, buscando novas alternativas de uma vida menos angustiante, e sim mais verdadeira e sustentável.
Agora é hora das grandes jornadas e aventuras, mas com um novo destino: para dentro. O tempo é para as viagens internas, que podem apresentar cenários tão novos quantos os de uma Volta ao Mundo. Aliás, sempre digo em nossas palestras que durante o mochilão, “a cada passo que eu dava para fora, três eram dados para dentro”.
Que possamos então, atravessar essa fase com todos os cuidados necessários para que nosso corpo não padeça. E enquanto indivíduos, que possamos aproveitar essa oportunidade para rever todas as nossas ações e comportamentos buscando nosso desenvolvimento pessoal e a evolução de nossas consciências. Se todos fizerem sua lição de casa, nosso coletivo terá a chance de saltar para um futuro mais humano, sustentável e consciente.
Poderia traçar um panorama de suas principais viagens e datas? E uma lição principal que pode aprender com cada uma delas?
Quando saímos para o projeto Volta ao Mundo, não podíamos imaginar que nossas viagens pesquisando outros temas continuariam. Achamos que seria um projeto de uma viagem só. Mas quando voltamos ao Brasil, menos de um ano depois já estávamos com o “bichinho da viagem” provocando a gente de novo. E então outras viagens se seguiram:
  • Volta ao Mundo – viagem pesquisando motivação | entre 2011 e 2013
  • Caminho de Compostela – 52 dias peregrinando o Caminho de Santiago pesquisando histórias de superação | 2014
  • Expedição Peru – viagem por várias regiões do Peru com o olhar sobre o tema resiliência | 2015
  • Lov Talks – projeto livre falando sobre amor (em amplo sentido) | 2017
  • Airplane Mood – viagem para Myanmar e Tailândia | 2019 – essa viagem surgiu como resposta a uma necessidade de um detox digital, de dar um tempo nas vidas corridas e contemplar novamente as belezas de uma cultura ainda não explorada por nós, que foi no caso o Myanmar.
O que diria as pessoas que tem o mesmo sonho que o seu (hoje concreto) de viajar pelo mundo, mas que por algum motivo ainda não conseguiram se organizar, seja devido compromissos, falta de grana, falta de coragem e etc?
Em primeiro lugar: não desistam dos seus sonhos. Por mais tempo que demore para ser realizado, o sabor da conquista de um sonho é inigualável… é bom demais.
De qualquer modo, antes de se dedicar à construção de um sonho, vale a pena pesar a importância que ele tem em sua vida. Saber se esse sonho é algo prioritário, ou apenas um devaneio momentâneo, se perguntar se você tem vocação para realizar o tal sonho, e até recursos suficientes para iniciar o plano. É muito bom fazer uma série de perguntas para o seu eu antes de dedicar sua energia a projetos que muitas vezes podem parecer sonhos, mas podem ser apenas desejos passageiros, ou até vislumbres de um possível pesadelo.
Respondendo todas as perguntas importantes, o próximo passo é o planejamento. Tudo aquilo que sonhamos está apenas no mundo das ideias até que a gente comece a investir nosso tempo e nossa energia para tirá-lo do papel. Nenhum sonho ganha a realidade sem uma série de ações práticas. E aqui não falo apenas das viagens, mas de todo e qualquer sonho que possamos ter. Desde uma graduação, uma Pós, uma festa de casamento, uma mudança de casa, cidade, aprender uma nova atividade, etc… Sem planejamento e muita energia, uma grande parte dos sonhos morre na praia.
Agora, voltando ao mundo das viagens ou das viagens pelo mundo… muitas vezes, nossos sonhos podem ser adaptados à nossa realidade do momento, tanto em termos de tempo, quanto ao nosso tamanho de bolso.
Certa vez encontrei uma pessoa que seguia nosso projeto no aeroporto, e ele comentou que ficava de olho em nossas dicas, pois seu sonho também era dar uma Volta ao Mundo. Na época ele trabalhava no aeroporto de Guarulhos e não tinha condições financeiras para fazer algo do tipo. Conversamos, seguimos conectados e ele se encorajou a começar seu sonho aos pouquinhos. Tempos depois conseguiu viajar para o Peru. Se não me engano, era sua primeira viagem para fora do Brasil.
O encantamento diante do novo e a felicidade em tocar novas culturas foram tão grandes, que alguns anos depois ele viajou de novo, dessa vez para realizar um incrível projeto pelo mundo. Ele conseguiu!! A primeira viagem gerou a coragem e o maravilhamento suficientes para que ele tivesse forças para seguir sonhando… e planejando.
Durante a viagem, ele usou plataformas digitais de hospedagem em casas de família, fez também vários amigos ao longo do percurso que também o ajudaram com a acomodação. E assim, ele e rodou diversos países do mundo. E realizou seu sonho. E foi feliz. Passito, passito…
Não desista nunca de seus maiores sonhos! Eles nos movem adiante e quando realizados, nos transformam em todos os sentidos.
Você já participou de muitas convenções, trabalhos na mídia e institucionais como atriz e apresentadora. Quais foram os mais importantes e marcantes de sua carreira?
Tive uma jornada bem interessante nos últimos anos fazendo trabalhos em várias das áreas da comunicação, cada uma pedindo uma especificidade e técnicas diferentes. Aprendi um monte.
Sobre trabalhos que me marcaram e foram importantes para mim…
Difícil selecionar, viu!
Mas vamos lá… o que veio primeiro em minha lembrança foi uma novela infantil chamada “Acampamento Legal”. Esse era um programa diário exibido todas as noites na Record. O enredo era ótimo e me diverti um monte gravando. Gostei muito de desenvolver meu personagem batizado de Zezé Batuta – uma bruxinha do bem que aprontava várias!
Ainda na TV, tive bastante orgulho também em participar do Telecurso TEC da TV Cultura – um programa educativo todo voltado à formação técnica e ao empreendedorismo.
Na área de eventos, tive alguns momentos sensacionais e de muita responsabilidade. Não vou mais me esquecer da abertura oficial do pavilhão da Dinamarca no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, ao lado – literalmente, de toda família Real Dinamarquesa. Na mesma época, conduzi a abertura do Rio Media Center, que contou com a presença de diversas autoridades nacionais e internacionais da mídia de diversos países. Ambos momentos durante os Jogos Olímpicos me exigiram muita responsabilidade.
Um outro evento que meu coração não vai esquecer, foi o Prêmio do Itaú Unicef que apresentei no final de 2018, onde as histórias dos premiados foram tão impactantes que me emocionei diversas vezes ao longo da apresentação. Pude perceber como nós brasileiros, somos mesmo um povo criativo, guerreiro, batalhador, donos de projetos incríveis de impacto que ajudam inúmeras comunidades ao redor do Brasil. Saí de lá com uma grande esperança no futuro.
Mudando para a área de criação, fiquei muito feliz com um projeto que desenvolvi para uma empresa multinacional, onde levamos vários executivos para uma imersão na cultura indígena. Ao longo de 3 dias de evento nos aprofundamos nos valores dessa cultura e tivemos a oportunidade de vivenciar um momento lindo dentro de uma das tribos brasileiras.
Outro projeto que gostei muito de desenvolver e organizar, foi uma pesquisa sobre positividade, encomendada por uma marca de expressão global. A equipe que montamos ficou quase 1 ano trabalhando em rede. Nesse projeto, não só fizemos descobertas muitos importantes sobre o tema, como tivemos a oportunidade de um grande desenvolvimento pessoal dos integrantes do grupo.
Não posso esquecer de mencionar também uma marca do leste de Minas que venho trabalhando ao longo dos últimos 4 anos. A marca, que é uma grande rede de supermercados da região, me possibilitou uma série de gravações fora do país, além de ter um líder que faz o máximo para contribuir com a sua comunidade e sociedade locais. O impacto positivo de sua marca em sua área de atuação e sua forma de liderar me geram um grande orgulho de pertencer.
Enfim, tenho inúmeras lembranças de muitas marcas e principalmente pessoas que vou carregando no coração. Mas sinto que a parte que mais gosto na minha profissão, enquanto comunicadora que sou, são as múltiplas possibilidades de conexão com o outro e as possíveis formas de transformação à partir dessa conexão.
Esses dias mesmo, fazendo um trabalho de motivação com 300 jovens de uma Escola Estadual, chorei ao receber os relatos enviados pelos alunos nos dias que se seguiram ao projeto. Isso para mim me move adiante!
Você e o Danilo España, seu parceiro de viagens e de vida, ministram palestras embasadas no projeto Walk and Talk. Como vocês fazer para adaptar os temas para cada público ou empresa e gerar um conteúdo único?
Para muitas pessoas talvez seja mais natural criar uma determinada palestra e replicá-la da mesma forma em diferentes lugares para públicos diversos. No nosso caso, por termos visto e vivido aspectos muito diferentes do mundo, isso talvez fosse um desperdício. Para cada apresentação nos informamos ao máximo sobre o perfil do público ou empresa, e buscamos construir uma narrativa única com base na solicitação ou briefing do cliente. Na construção da nossa narrativa, selecionamos histórias e conteúdo específicos, dessa forma potencializamos a mensagem que queremos transmitir, buscando estar em sintonia com o propósito do evento.
Com certeza nosso trabalho é bem maior do que se tivéssemos produtos de prateleira, mas uma das grandes vantagens que esse processo nos proporciona, é esse alinhamento mais vivo com o propósito de cada apresentação.
Para encerrar: “A vida é muito curta para ser pequena”. E com essa frase de Benjamin Disraeli, termino essa gostosa entrevista que me fez voltar ao mundo que vivi tão intensamente e que tanto agora precisa de nossa esperança para ser novamente vivenciado.


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