terça-feira, 2 de março de 2021

ENTREVISTA COM MELISSA MIETZNER E SUA TÍPICA FAMÍLIA AMERICANA! - revista STATTO

 



Filha de pastores missionários, nascida em Oklahoma. Melissa veio para o Brasil ainda pequena e ficou até sua adolescência. Hoje, mãe de uma grande família americana, casada com o Mike que ajudou a fabricar a vacina da Moderna para a COVID-19, nos contará um pouco sobre sua rotina em família e as saudades que sente da alegria do povo brasileiro!

Nos conhecemos no Brasil em nossa adolescência, mas afinal, você é brasileira ou norte-americana?  Por quando tempo ficou em terras brasileiras e qual sua trajetória até chegar a morar em Fremont, New Hampshire?

Eu me considero metade americana e metade brasileira. Ainda tenho muito do Brasil em mim e isso nunca vai acabar. Meu grande amor pelo Brasil e pelo povo brasileiro nunca vai embora.  Eu nasci no estado de Oklahoma, então sou Americana de nascimento.

Morei no Brasil por 15 anos com meus pais missionários. Nos mudamos em 1996 quando me formei na escola. Mudamos para o Texas por um ano e nos acostumamos a viver nos EUA novamente. Depois fomos morar em Nashua, New Hampshire, em 1997, para começar uma igreja. Morei lá até me casar em agosto de 2001, quando me mudei para Lowell, Massachussetts. Moramos lá por dois anos em um apartamento e depois nos mudamos para Dracut, Massachussetts, para nossa primeira casa. Eu tive todos os meus quatro filhos naquela casa. Moramos lá de 2003 a 2015. Depois nos mudamos para a bela cidade de Fremont, New Hampshire.

Poderia contar um pouco sobre o ministério pastoral de seu pai, PR Woolbright? Como iniciou e por onde passou?

Meus pais se conheceram na faculdade da Bíblia, então meu pai já se sentiu chamado ao ministério. Ele conheceu minha mãe lá que também foi criada no Brasil com seus pais missionários. Eles se casaram e meu pai sentiu o chamado para se mudar para o Brasil para ajudar com o trabalho missionário que meus avós estavam fazendo (os pais da minha mãe, pastor Don e Betty Ross). Nos mudamos para São Paulo quando eu tinha cerca de três anos. Meu pai passava a maior parte do tempo pastoreando nossa igreja, que meu avô começou, Igreja Batista em Vila São Pedro. Ele também abriu outras congregações, uma delas em Jacareí.

Como é ser mãe de uma grande família? Quais as idades, semelhanças e diferenças de personalidade entre eles (filhos)?

É muito divertido, mas muito trabalhoso!! Deus realmente me abençoou com essas crianças. Eu tive um aborto, então eu tenho um quinto no céu que eu vou encontrar um dia. Claro que todos os meus filhos são lindos e inteligentes e puxaram sua mãe (haha). Eles são todos muito altos e nisso puxaram o pai que é muito alto. Não são baixinhos como eu.

Minha mais velha é Katelyn. Ela tem 15 anos. É muito intensa e cheia de grandes emoções. Muito opinativa e adora discutir. Ela é minha cantora, atriz e intérprete. Está no 10º ano e vai dirigir em breve. E acabou de conquistar seu primeiro emprego, em uma cafeteria. E está aprendendo a tocar guitarra e baixo e ainda joga basquete.

Minha segunda é Madelyn. Ela tem 13 anos e está na 8ª série. Ela é muito descontraída, calma e quieta. Ela gosta de manter a paz e fazer todos felizes. Ela não tem todas as emoções e intensidade que Katelyn tem. Ela é muito quieta e fácil de agradar. Ela é artística e faz desenhos lindos. E está aprendendo a tocar bateria e adora vôlei.

Minha terceira é minha última garota, Jocelyn. Ela fará 10 anos em 23 de março. Ela é meu bebê arco-íris. Aqui nos EUA uma criança nascida após um aborto é chamada de “bebê arco-íris”. Ela está na 4ª série. E também é calma, mas não tão quieta quanto Madelyn. Ela é muito atrevida. Não há muito que a incomode. Ela se defende e não se importa com o que os outros pensam. Ela adora jogar futebol e videogames.

Meu filho mais novo, Logan, tem quase nove anos. Ele é meu único garoto. E está na 3ª série. Ele vem depois de Katelyn. É intenso e cheio de grandes emoções também. Ele adora jogar basquete, futebol e videogame. Ele é muito gentil com seus amigos. Algumas crianças têm sido más com ele na escola por causa do seu tamanho, mas ele nunca guarda rancor e sempre perdoa. Ele se sente sozinho sendo o único garoto, às vezes me pergunta quando eu vou conseguir um irmão para ele!

Ele e Jocelyn jogam muito juntos porque são próximos na idade. Jocelyn e Madelyn andam juntas, fazem as coisas e ouvem música. Katelyn só quer ficar com Madelyn e acha seus irmãos mais novos irritantes. Típica, irmã mais velha.

Eu também tenho dois cães que são como crianças. Hank, um boxer e Buddy um Golden Retriever. Eles são nossos bebês também.

Você e seu esposo formam um belo casal, isso é notório em seus posts e relatos. Como se conheceram e o que fazem para manter o relacionamento cada vez mais sólido?

Conheci meu marido através de outra pessoa que eu estava interessada! Conhecemo-nos em um estudo bíblico. Ele era amigo do cara que eu gostava. Quando o conheci, achei que ele era muito alto para mim. Ele tem 2,07m e eu 1,54m. Ele me convidou para sair e eu gentilmente o rejeitei. Nós ainda continuamos amigos depois disso.

Eu o achei o cara mais engraçado, inteligente e mais legal que já tinha visto. Eu só não sentia nada por ele. Então, depois de um tempo eu comecei a notar que os sentimentos estavam crescendo. Tentei deixar claro que gostava dele para que ele me convidasse para sair de novo. Ele tinha decidido que não ia passar por outra rejeição, então esperou até eu convidá-lo para sair! Começamos a namorar em janeiro de 2000.

Nós definitivamente ainda temos muito a aprender sobre casamento. Tivemos tempos muito difíceis e muito bons também. Nós lutamos. Muitas vezes (haha). Mas aprendemos a nos comunicar melhor e ter certeza de que estamos sendo atenciosos e amorosos. Aprendemos a dizer “sinto muito” e a perdoar. Tentamos seguir o que Deus quer em nosso casamento e servi-lo juntos. Fazemos coisas carinhosas um para o outro. Tentamos fazer um ao outro, sentir que não há mais ninguém tão importante entre nós. Sabemos que Deus nos uniu e temos que trabalhar duro e modelar o amor de Cristo em nosso casamento. Não vamos desistir. Estaremos fazendo 20 anos de casados em agosto de 2021, para a glória de Deus!

Você consegue se dedicar a outros projetos além da família? Como é o dia-a-dia de vocês?

Sim, tenho tempo para me dedicar a outros projetos. Nosso dia-a-dia pode ser uma loucura às vezes. Criar uma rotina consistente e fazer com que as crianças se envolvam em ajudar a limpar a casa tem sido muito importante. As crianças vão para a escola na maior parte do dia e meu marido vai trabalhar. Eu tento fazer as responsabilidades diárias de uma dona de casa e mãe enquanto eles estão fora. Quando as crianças chegam em casa, têm que fazer lição de casa, tarefas, cuidar dos cachorros e ter algum tempo para relaxar antes de dormir.  Com a pandemia às vezes eles têm que fazer aprendizado remoto em casa e às vezes meu marido trabalha em casa. Todos nós tivemos COVID-19 há algumas semanas atrás, então todos nós ainda estamos recuperando nossa energia de volta.

Com o que seu esposo trabalha? Como é sua personalidade?

Meu marido, Mike, é formado em Engenharia Química. Ele trabalha na indústria biotecnológica ajudando a fazer medicamentos farmacêuticos. Ele ajudou a fabricar a vacina Moderna para a COVID-19. Estamos muito orgulhosos de seu trabalho duro nesta vacina.

Meu marido tem um cérebro de matemático e cientista. Ele é muito técnico e muito inteligente. Ele tem um pensamento muito lógico que não deixa muito espaço para pensamentos emocionais. Eu costumo ser mais emocional. Ele é responsável, trabalhador e um grande provedor para nossa família. Ele é uma das pessoas mais engraçadas e inteligentes que conheço. Um ótimo pai e marido.

Você consegue traçar um paralelo entre a vida no Brasil e nos Estados Unidos? Quais são as diferenças mais impactantes e as semelhanças entre as nações no seu ponto de vista?

Acho que a principal semelhança entre o povo brasileiro e o povo americano é que querem a mesma coisa. Ser próspero e feliz. E ambos os países precisam desesperadamente conhecer Jesus.

Eu acho que devido os EUA ser um país próspero de primeiro mundo, é que muitos americanos jovens têm muitos privilégios e não sabem o que é realmente trabalhar duro para conquistar as coisas. Eles não apreciam suas bênçãos. Eles reclamam muito e exigem direitos. Nunca querem assumir a responsabilidade por suas escolhas. Talvez seja só uma coisa de geração mais jovem? Eu faço o meu melhor para criar meus filhos para não serem assim como a maioria.

Sinto que os brasileiros como povo são mais felizes e mais satisfeitos com o que têm. Eles encontram alegria nas pequenas coisas e vivem a vida ao máximo. Adoraria ver mais americanos vivendo assim. Os brasileiros são tão divertidos de estar por perto. Sinto falta deles!

Vocês são assíduos na comunidade cristã (igreja)? Participam de algum ministério?

Sim, nossa família está muito envolvida em nossa igreja. Raramente perdemos um culto. Meu marido é um Diácono. Ele ajuda a discipular e ministrar para nossa família da igreja. Ajudando nosso pastor em qualquer coisa que ele precisa. Ajudo a liderar os ministérios das mulheres e das crianças. Lidero um grupo semanal de discipulado feminino. Eu também sou uma líder da OANSE e canto em nossa equipe de adoração

Em sua opinião, quais os melhores estados (e cidades) para um brasileiro morar nos EUA? Em termos de trabalho, facilidade para se adaptar, condições mais favoráveis à saúde e educação?

Pela minha experiência, Massachussets e New Hampshire parecem ter comunidades maiores de brasileiros. Eu morava em Massachussetts e há uma grande comunidade de brasileiros em Massachussetts. Boston, Lowell, Lawrence, Somerville, Brockton e Everett são as cidades com as maiores comunidades de brasileiros. Eu ouvia frequentemente o português brasileiro sendo falado no supermercado quando morava em Lowell. Tínhamos brasileiros na nossa igreja e eu tinha amigos brasileiros.  Em New Hampshire (onde vivo atualmente) há grandes comunidades em Nashua e Manchester. Li que a Califórnia, Flórida, Nova York e Massachussetts são os melhores estados para os brasileiros prosperarem.

Como você vislumbra o cenário daqui para frente nos EUA depois das eleições e com a vitória de Biden?

Vou ser honesta. Não votei no Biden e não gosto das políticas dele. Não acho que ele será bom para a América. No entanto, eu sei que Deus está no controle. Oro para que Deus use Biden para fazer grandes coisas pelo nosso país. Minha fé está em Deus, não em quem é o presidente.

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extraído: ENTREVISTA COM MELISSA MIETZNER E SUA TÍPICA FAMÍLIA AMERICANA! | Revista Statto

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