quarta-feira, 15 de abril de 2020

ENTREVISTA COM KARINE DE SOUSA MOURA - Revista STATTO

Por Daniela Duarte
Conversamos com a Karine de Sousa Moura, profissional da área de saúde, graduada em enfermagem, especializada em Centro Cirúrgico e Central de Material e Esterilização.
Nossa entrevistada tem uma bela trajetória profissional, é enfermeira em centro cirúrgico, enfermeira assistencial e administrativa. Docente em enfermagem, com docência no ensino superior. Acupunturista em formação e com toda sua correria do dia a dia, nos concedeu esta bela entrevista.
Como você descobriu sua vocação na área da saúde? Quantos anos tinha?
Acredito ser um chamado de força maior, sempre brinco com os alunos, “você não escolhe a enfermagem, a enfermagem escolhe você”. Minha mãe diz que desde a primeira infância ela percebia em mim essa inclinação para o cuidar.
Conte-nos um pouco sobre seu início de carreira, dificuldades de conseguir trabalho, estudos e etc:
Minha primeira formação foi como auxiliar de enfermagem em meados do ano 2000, logo após o término do curso me tornei mãe. O principal obstáculo foi a idade e falta de experiência, pois o primeiro emprego foi na área da enfermagem. No mesmo ano que consegui o primeiro emprego iniciei a graduação, e tive que conciliar com trabalho e maternidade, essa foi a maior dificuldade pessoal.
É possível conciliar bem a vida pessoal trabalhando na área da saúde? Existem opções melhores dentro desta área para quem deseja equilibrar melhor o tempo entre o trabalho e a família?
Acredito que o início seja um pouco mais movimentado, o ânimo profissional neste momento está elevado e talvez acabamos por não perceber a sobrecarga e a diminuição dos relacionamentos familiares. Com o tempo ampliamos nosso leque profissional, descobrindo novos horizontes, e tornar possível o equilíbrio entre profissão e família.
Como foi sua trajetória em centro cirúrgico?  Como começou e até onde chegou? Quanto tempo levou para sentir que tinha chegado lá?
Iniciou como circulante de sala, e chegou a enfermeira assistencial e administrativo. A fase de transição não durou muito logo estava na ponta de uma equipe cirúrgica. Experiência fantástica em um setor de alta complexidade que em alguns momentos não se alinhava com a estabilidade humana e o equilíbrio emocional, porém a formação técnica e científica favorecia na administração e resolução de conflitos.
Como você decidiu se tornar docente na área? Conte-nos um pouco como é para você?
Observando as dificuldades no setor de atuação e a falta de capacitação profissional, surgiu um estímulo para contribuir na formação de novos profissionais. O que inicialmente seria uma atribuição paralela logo se transformou em uma paixão e atribuição oficial.
Você se considera uma professora exigente? O que almeja para seus alunos?
Sim, me considero exigente, agradeço a Deus a oportunidade da atuação hospitalar antes da docência, pois foi um período de preparo e acúmulo de experiências profissionais. Devido a essa vivência, acabo cobrando um pouco mais dos meus alunos exigindo o máximo de comprometimento e qualidade. Desejo um futuro brilhante para os meus alunos, com crescimento profissional e pessoal em ascendência.
Você começou muito jovem na área e alcançou uma posição de destaque. Mas gostaria de saber como você gostaria de terminar seus dias na área? Fazendo o que exatamente e onde?
Aos 38 anos ainda não parei de desbravar as várias possibilidades de atuação em enfermagem. Atualmente estou cursando uma pós em acupuntura (estou apaixonada) e penso em terminar meus dias profissionais ministrando aulas e proprietária de um espaço terapêutico.
Falando um pouco sobre atualidade, como você vê a epidemia do Corona vírus por sua experiência em hospitais e tempo de carreira? É realmente preocupante? O que as pessoas devem fazer para se proteger?
Me frustro com as questões culturais de nosso país, pois o momento trata-se de uma pandemia e a situação é realmente preocupante, se parássemos para avaliar com rigor e empatia a situação da Itália, por exemplo, estaríamos assimilando o processo de disseminação com maior seriedade. Claro que o desespero deve ser desencorajado, mas as medidas preventivas deveriam ser mais efetivas entre a população. Tenho conversado com outros profissionais, e observo que a falta de informação causa transtornos e equívocos com relação ao vírus.
Minha recomendação inicial é não banalizar a situação encarando como uma gripe comum, deve-se aumentar a frequência da lavagem das mãos, evitar contato como beijos, abraços e apertos de mão, evitar sair de casa e aglomerações, se possível, realizar seu trabalho em home office. E recomendação principal é o bom senso.
Em suas aulas eu tive o prazer de aprender muitas coisas relacionadas a imunidade e suas consequências. Fale-nos um pouco sobre isso, traçando um paralelo com o lado emocional, condição física e estilo de vida:
Infelizmente se pararmos para refletir e associar qualidade de vida e imunidade, torna-se preocupante. Qual é a nossa realidade? Vivemos para trabalhar e trabalhamos para viver, não equilibramos lazer, atividade física, cultura e alimentação, apertando o botão de STOP apenas quando a própria saúde entra em colapso, a mente deve estar sã para que a engrenagem corporal funcione de fato.
Qual a principal mensagem que você gostaria de deixar para as pessoas, com base em toda a sua vivência, experiência de vida e dedicação ao trabalho, muitas vezes até sacrificando sua qualidade de vida:
Sacrifícios valem a pena, tanto nas realizações profissionais quanto pessoais, obtive muitas vitórias, mas as principais são os meus filhos e tudo que pude proporcionar a eles junto a meu marido. Valeu muito a pena todas as vezes que recebi a gratidão e o reconhecimento dos meus pacientes, e hoje o sucesso dos meus alunos.
Como você vê a área da enfermagem? A classe é unida ou tem algo a melhorar?
A enfermagem está alcançando muitas conquistas e a área é promissora. Infelizmente a falta de união e ética entre os profissionais reduzem a velocidade desse progresso. A conscientização da importância da atividade profissional deve ser entendida e exercida, com técnica, conhecimento, empatia, humanização, união e ética.
Qual o principal recado que você gostaria de deixar aos estudantes da área da enfermagem, sejam eles auxiliares, técnicos ou universitários, que estão buscando um lugar ao sol:
Sejam persistentes, busquem o conhecimento, aprimorem-se, moldem-se, dediquem-se, assumam postura técnica que a oportunidade vem.
Deixe um depoimento livre que gostaria de deixar registrado:
Gostaria de agradecer a oportunidade e o carinho que me foi dedicado! A enfermagem é uma profissão extremamente necessária cuja funções não poderão ser substituídas por máquinas, pois cuidados dependem do toque, da sensibilidade humana e da empatia pela dor do outro. Agradeço principalmente a Deus por ter me capacitado e aos meus pais por terem me apoiado! Gratidão

https://revistastatto.com.br/lifestyle/entrevista/entrevista-com-karine-de-sousa-moura/


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