Confira a entrevista com o jovem Samuel Júnior que compartilhou sua experiência de como é sair da casa dos pais e ir morar em outro estado. Filho de pais zelosos, cristão e com uma estrutura familiar sólida. Surpreendeu pela vontade de buscar independência pessoal, mas sempre valorizando tudo o que sua família já fez por sua vida!
Nome completo: Samuel Lima dos Santos Júnior
Natural de: São Bernardo do Campo
Data de nascimento: 29/10/1998
Formação: Educação Física
Profissão: Personal trainer
Conte-nos um pouco sobre sua trajetória: onde cresceu, estudos, religião, atividades?
Filho de Rosimary Duarte de Araújo dos Santos e Samuel Lima dos Santos, nasci no município de São Bernardo do Campo, mas toda a minha trajetória aconteceu na cidade de Santo André, onde morei junto com a minha família desde sempre. Sou eternamente grato a Deus pela vida dessas duas pessoas, que me conceberam e de maneira impecável, me educaram e deram a oportunidade de me tornar quem sou hoje. Espero conseguir retribuir o suficiente por tudo o que eles já se sacrificaram por mim.
Cresci e fui criado no bairro de Jd. Utinga. Por volta dos seis anos de idade nos mudamos para o bairro do Camilópolis e desde 2015, morava com meus pais na Vila Metalúrgica, sempre em Santo André.
Todos os meus anos na escola foram estudando no colégio Adventista (Unidade de Jd. Utinga 2004 – 2007 e 2010 – 2012 Unidade de Santo André 2008 – 2009 e 2013 – 2015) o qual me proporcionou amizades duradouras e experiências incríveis, podendo conhecer lugares, cidades e diferentes países. Logo na sequência ingressei na USCS — Universidade Municipal de São Caetano do Sul (2016 – 2019) cursando Educação Física, Licenciatura e Bacharel. Foi um período de importantes escolhas na minha vida e para todos que já tiveram a oportunidade de iniciar os estudos em uma faculdade, sabe o quanto de empenho e dedicação é necessário para que você tenha bagagem suficiente e consiga avançar os semestres para alcançar o tão almejado diploma!
Sou de família evangélica e por opção, escolhi aceitar Jesus como meu único e suficiente salvador, permanecendo nessa trajetória que já me proporcionou experiências únicas e provas reais que existe um Deus criador que ama e cuida de tudo o que Ele fez.
Desde muito cedo, meus pais me incluíam em atividades culturais e esportivas. A escola oferecia aulas de natação e música no contra turno das aulas. Aos cinco anos de idade, iniciei nessas práticas e desde então continuam fazendo parte do meu cotidiano.
Para que você entenda o desfecho dessa história eu preciso detalhar um pouco mais sobre isso.
Vamos por partes…
Minha convivência com a música começou muito antes de nascer. Meus pais sempre gostaram de escutar música e acompanhar apresentações e shows de grandes nomes da Música Popular Brasileira. Cresci sendo influenciado positivamente e o interesse ia aumentando cada vez mais nessa área. Após ser introduzido nesse meio a partir das aulas de teoria musical no ensino fundamental, lá no colégio, comecei a fazer aulas de piano durante alguns anos, mas eu via, ouvia e admirava meu pai estudando e não encontrava um instrumento que tivesse um som mais atraente que o clarinete.
Quando completei 12 anos pude iniciar os estudos na FASCS – Fundação das Artes em São Caetano do Sul, estudando teoria e fazendo aulas práticas, aprendendo a tocar clarinete com o mesmo professor que dava aulas para o meu pai. Foram seis anos estudando nesta instituição onde me formei no nível básico em teoria musical, participei do conjunto de clarinetas, orquestra jovem e pude tocar em alguns concertos no teatro da cidade.
Continuo tocando durante os cultos aos finais de semana até hoje e tive uma experiência muito boa dando aulas de teoria musical gratuitamente, num projeto social da igreja.
O principal desejo dos meus pais era que eu seguisse profissionalmente nessa área.
Com o esporte, foi um pouco diferente…
Meus pais nunca foram fisicamente ativos a ponto de praticar exercícios físicos diariamente (até hoje eu pego muito no pé deles quanto a isso), mas a escola tinha uma parceria com a academia de natação e foi aí que tudo começou.
Aos meus cinco anos de idade, era uma atividade recreativa extracurricular que se tornou a minha principal paixão.
Fui me desenvolvendo, participando dos festivais internos, sendo motivado a evoluir cada vez mais. Isso foi bom!
Meus pais me inscreveram no PAF – Programa Atleta do Futuro do SESI Santo André (programa gratuito de iniciação esportiva) e consegui uma vaga para treinar lá. Era o início da busca por um sonho!
Em paralelo com a natação, também consegui vaga para treinar polo aquático, assim eu teria a possibilidade de treinar todos os dias (três dias da semana natação e os outros dois, polo aquático).
No primeiro treino de polo que eu fui, achei que os outros alunos só queriam me afundar e perdi o interesse em treinar nesta modalidade, porém eu observei que quando eu cheguei para treinar a professora de natação estava treinando alguns alunos. Pedi a ela se eu poderia treinar com ela ao invés de fazer polo aquático e ela deixou.
Agora o mundo tinha um garoto realizado por treinar natação todos os dias da semana!
Foram anos incríveis praticando esse esporte, ganhando medalhas, fazendo amigos e evoluindo dentro da modalidade.
Com o passar dos anos, foram acontecendo alguns fatos como exemplo a troca de professor, me machuquei na escola e fiquei alguns meses sem treinar e etc., mas também aconteceu um episódio interessante. O professor de natação foi transferido para dar aulas na escola e não teria mais as turmas de natação.
O que mais se aproximava da natação era o polo aquático, e lá estava o aluno que no primeiro contato com a modalidade não teve uma boa a experiência, mas nessa nova fase, foi um “divisor de águas”.
O polo aquático me despertou o interesse a participar das olimpíadas e minha mentalidade mudou pois agora eu tinha um objetivo. Queria estudar educação física, pois estaria um passo à frente de todos os outros atletas, porque na minha visão eu teria um conhecimento teórico suficiente para não depender 100% de um profissional da comissão técnica da equipe.
Conciliar os estudos (faculdade e música) com o esporte não foi fácil e chegou um determinado momento que precisei escolher me dedicar integralmente à faculdade, principalmente por conta dos estágios que ocupavam o restante do meu dia.
Nesse momento a minha mentalidade já era outra e seguir carreira como atleta profissional já não era mais a prioridade.
Provas, trabalhos, estágio da licenciatura, TCC da licenciatura, mais provas, trabalhos, estágio de novo, e para fechar, TCC do bacharel!
Enfim formado e ansioso para ingressar no mercado de trabalho!
Como foi a tomada de decisão para sair da casa dos pais? Quais objetivos a curto e médio prazo estava levando em consideração?
Vou falar um pouco sobre o desenrolar da história que me levou a tomar essa tão difícil decisão de mudar para longe dos meus pais, me projetando como pessoa e também como profissional.
Durante a faculdade fui me encontrando dentro da educação física e comecei a fazer planos para o futuro.
Minha tia, que mora aqui na cidade de Brusque e é concursada trabalhando como professora, sempre me enviava edital dos concursos que ela fazia e aquilo me deu uma luz.
Pesquisei vagas que seriam mais interessantes para o que eu pretendia como realização profissional e prestei quatro concursos em cidades diferentes aqui da região. Passei em três e os projetos começaram a ser palpáveis.
Estou em Brusque desde o começo do ano e logo que terminou o período de recesso, distribui alguns currículos enquanto não convocavam para assumir as vagas dos concursos.
Com o passar do tempo fiz algumas entrevistas e fui chamado para trabalhar em uma academia.
Bom, agora eu estava empregado…
Olhando assim até parece que foi um período de transição tranquilo, mas em todas as etapas eu conversava bastante com meus pais e eles me ajudaram muito e me apoiaram. E sim, foram as decisões mais difíceis que eu já tomei na minha vida.
Pensando em um contexto “sem pandemia”, meus planos eram me estabilizar, ser chamado para assumir uma das vagas que eu passei no concurso e começar a estruturar um projeto de iniciação esportiva na cidade, visando inserir crianças e adolescentes no esporte, fazer intercâmbios com as cidades vizinhas, organizar amistosos e campeonatos, dar visibilidade para esses atletas e oferecer oportunidades de crescimento dentro do esporte.
Mas vamos voltar para realidade…
Mudei para cá no início de fevereiro e nos primeiros dias de março eu já estava trabalhando. No dia 19/03/2020 começou a quarentena.
Ficamos 34 dias em casa, saindo apenas para o que era extremamente necessário.
Os primeiros dias foram totalmente vazios, até que eu me deparo com um anúncio no Instagram, oferecendo um curso online de PERSONAL DIGITAL.
Identifiquei-me com a proposta, adquiri o curso e comecei a me dedicar. As academias reabriram e eu continuei estruturando a minha metodologia.
Hoje atendo alunos em todo o Brasil e também fora do Brasil. Se você quer treinar em casa, é comigo mesmo!
Hoje você reside em outro estado, distante da casa dos pais. Já faz quanto tempo? Com quem mora e quais são as pessoas de seu convívio atual?
Mudei-me para Brusque – SC no começo de fevereiro deste ano de 2020 e moro com a minha avó (paterna) e a irmã dela.
Quais os maiores desafios do dia-a-dia dessa experiência? O que tem te proporcionado?
O maior desafio foi à adaptação. Sempre viajamos aqui pra Santa Catarina com certa frequência, mas morar é algo totalmente diferente.
Longe dos pais, família, amigos, ainda é necessário superar a saudade diariamente. Após seis meses morando aqui, estou me adequando bem à cidade e essa independência, responsabilidade, tomada de decisões, proporciona um crescimento pessoal interessante, algumas vezes doloroso, mas eu me sinto cada vez mais preparado para possíveis situações adversas.
Como é a cidade que você mora? É muito diferente de onde nasceu e foi criado? Como é o povo aí em Brusque?
A cidade aqui é muito boa, tranquila e bastante conhecida pela forte indústria têxtil da região.
Com as indústrias fornecendo vagas de emprego devido à necessidade de mão de obra, muitas pessoas migram para cá com esse objetivo, mas a cultura permanece muito forte.
A cidade é totalmente diferente do que eu estava acostumado.
Uma curiosidade é que praticamente toda a população tem no mínimo um carro e por esse motivo o transporte público é bem fraco na região.
As pessoas aqui da cidade são bem tranquilas, mas quanto aos que vem de fora, acabam demorando um pouco mais para ganhar a confiança dos nativos.
Você recomenda essa experiência de sair da casa dos pais para outros jovens? O que eles precisam ter em mente antes de tomar essa decisão?
Bom, penso eu que isso seja muito particular de cada um, pois a grande maioria quando está com os pais está na zona de conforto e isso não é ruim. A partir do momento que você toma uma decisão como essa, tem que estar ciente de que as coisas podem acontecer diferentes do planejado e você tem que saber lidar com as adversidades e contornar a situação, se mantendo focado em alcançar seus objetivos. É uma grande responsabilidade que proporciona crescimento pessoal, mas a confiança e o apoio dos pais nesse caso são primordiais.
Você continua ativamente na igreja? Exerce algum ministério?
Devido a pandemia, a igreja ficou fechada algumas semanas e as reuniões e atividades dos departamentos continuam suspensas, mas continuo frequentando os cultos e tocando com o conjunto musical aos domingos.
E quanto às atividades esportivas, dá tempo de se exercitar com essa nova vida cheia de responsabilidades e adaptações?
Cuidar da saúde é primordial, então tem que se organizar e separar um período todos os dias para fazer os exercícios sim.
Não é tão difícil adquirir esse hábito. Da mesma maneira que eu tenho um horário para entrar no trabalho, eu estabeleço um horário para o meu treino. Dificilmente aparece um compromisso que me atrapalhe e mesmo assim, se for algo urgente, eu me organizo para tentar fazer o treino em outro horário.
Fica a dica para quem tem dificuldades em encaixar o período de exercícios físicos na rotina.
Você é um jovem que sempre se mostrou muito dedicado a tudo que faz e muito íntegro. O que poderia dizer a um jovem que se sente perdido em suas escolhas e talvez não tenha tido muita estrutura familiar para se desenvolver de uma forma tão positiva?
Primeiro de tudo, peça um direcionamento para Deus. Todos nós estamos sujeitos a errar, mas buscando seguir à vontade d´Ele, você se sente mais seguro e não se sente só.
Para você que leu essa reportagem do início de uma caminhada promissora e não consegue se enxergar em uma situação melhor do que está vivendo hoje, tenha foco e seja seu maior incentivador! Qual é o seu sonho? Já começou se preparar para realizar ele?
Você tem um sonho e ele está prestes a se concretizar, você só precisa se lançar com toda a sua energia, mas seja forte, porque não existe vitória sem batalha. Vai ser difícil sim, já é difícil, mas essa dificuldade não pode ser maior do que o tamanho da sua vontade de viver o que sempre sonhou. Comemore cada conquista, cada etapa. E você vai almejar lugares cada vez mais altos. Tenha paciência e valorize tudo e todos que você tem ao seu redor, porque eles também são combustíveis para o seu sucesso! Seja o protagonista da sua história.
Deus abençoe!
Agradecimentos:
Muito obrigado Tamires (codinome da Daniela) pela oportunidade e confiança, pois essa entrevista me fez relembrar todas as etapas que eu já passei, me fortalecendo e fazendo valer a pena todo o sacrifício e esforço, não só meu, mas de todos os que sempre estiveram comigo nessa. Com isso eu me sinto cada vez mais privilegiado por ter vivenciado todas aquelas experiências, sejam elas boas ou ruins, pois eu aprendi a focar mais no ponto de vista positivo do que a adversidade pode te trazer. Sempre confiando em Deus e depositando as minhas forças nele, que nos ajuda a vencer todas as batalhas.
Contatos: Instagram: @samuka.personal
extraído: https://revistastatto.com.br/lifestyle/entrevista/entrevista-com-samuel-junior/
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